sexta-feira, 5 de novembro de 2010

#EutSim


Nunca é fácil debater sobre um tema polêmico. Em especial a eutanásia, os sentimentos da família; o Estado; a vida do paciente; a igreja, todos estão envolvidos. A eutanásia consiste, basicamente, em desligar os aparelhos de um paciente que está em estado terminal. Um fato interessante que muitas pessoas desconhecem é que existem dois tipos de eutanásia: a eutanásia ativa e a passiva. A ativa é a mais conhecida, desligar o aparelho com o consentimento do paciente ou, se o mesmo estiver incapaz, da família. A eutanásia passiva não provoca deliberadamente a morte, ela atua aos poucos onde o processo se resume a ir tirando gradativamente do paciente os aparelhos e/ou remédios que o mantêm vivo, sendo assim, ele terá uma morte natural.
A igreja deixa claro que é contra a eutanásia, pois ela estaria tirando a vida de uma criação de Deus e somente Ele poderia a retirar, ocorrendo a ortotanásia (morte natural). Mas é neste ponto que entra uma contradição. Se não fosse pelos aparelhos, o paciente já teria vindo à falecer, será que não seria esta a vontade de Deus então?
Contudo, também há aqueles que desejam a legalização da eutanásia. O enfermo em estado terminal fica em sua cama hospitalar agonizando a chegada de sua morte. Se óbito é certo, a melhor alternativa é zelar pelo bem estar do paciente e dar carta verde à eutanásia. A caminhada pela vida parece, às vistas do doente, que já chegou ao fim, mas não, o paciente continua naquela espécie semi-vida onde ele vê, pela televisão, as pessoas andando de bicicleta; viajando; passeando com seus cães e jantando fora com os amigos sem poder realizar tais atividades livremente. Qual será o primeiro pensamento ao ver estas imagens? Uma reflexão sobre o seu futuro é inevitável e o padecimento moral é total.
Desmembrando a palavra “eutanásia” temos: eu = bondade e thanatos( do grego ) = morte. Em outras palavras, eutanásia significa uma morte sem sofrimento, para o paciente. Alguns parentes do enfermo podem ser contra a decisão do mesmo sobre a prática da eutanásia, entrementes, parando para pensar, quem é que está sofrendo fisicamente e moralmente? A família ou o paciente? Insisto para que você se coloque no lugar do doente e pense o que você faria se estivesse em estado terminal. Se colocar no lugar das pessoas é uma solução para diversos problemas, deixamos, assim, o nosso egoísmo de lado e passamos e entender melhor a decisão dos indivíduos.
Saber que um dia morreremos é assustador, saber que a morte esta perto é desesperador, portanto, devemos aceitar a opinião do amigo/familiar e dar o apoio necessário nesse fim da trajetória de sua vida.

Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte” - Sigmund Freud