quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Memórias

O bem mais precioso que alguém poderia possuir é o pensamento. O que seria de uma pessoa sem as suas emoções, as suas decisões límpidas e sua memória?  Este ser não existiria mais, pois deixaria de sentir e não saberia mais discernir as coisas. Homem e mulher não existiriam para este robô; todos os seus atos seriam puramente mecânicos e sem razões próprias, e não haveria o porquê de sua existência. Não adianta conversar com alguém que não raciocina sobre o que faz, que não mantêm uma relação estável com uma outra pessoa, e que nem sequer abre a janela para sentir a brisa do vento ou vai para rua tomar banho de chuva por puro e simples prazer.
Deve-se tomar cuidado com o que escolhe-se guardar na memória, pois é isto que diferencia a todos; aqueles momentos mais simplórios, como quando um cão traz uma bola para brincar - ele só quer atenção e carinho, quer sentir-se bem. Em todos os atos há algum tipo de amor, prazer ou beleza, e são nestas partes em que a nossa mente deveria parar e gravar tudo, cada fração.
Entrementes, resolvemos ser pessimistas e olhar tudo com desconfiança, temerosos por aquilo que talvez ocorrerá. E ao que isso leva? Angústia, escuridão e solidão; e esta estrada tem um fim, e não é com um arco-íris, mas sim com uma tempestade que poderia ter sido sentida ainda quando era uma simples chuva se tivesse-se saído para a rua.
Bons momentos, bons fluidos, bons pensamentos - não somos mais robôs. Agora pensamos, temos sentimentos e gostamos de ver a beleza da chuva, ver ela cair por entre as copas das árvores, e não ver uma nuvem chorando. Queremos ter emoções boas, guardar na memória sentimentos agradáveis. Não há como enxergar a existência com olhos pessimistas.