quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Memórias

O bem mais precioso que alguém poderia possuir é o pensamento. O que seria de uma pessoa sem as suas emoções, as suas decisões límpidas e sua memória?  Este ser não existiria mais, pois deixaria de sentir e não saberia mais discernir as coisas. Homem e mulher não existiriam para este robô; todos os seus atos seriam puramente mecânicos e sem razões próprias, e não haveria o porquê de sua existência. Não adianta conversar com alguém que não raciocina sobre o que faz, que não mantêm uma relação estável com uma outra pessoa, e que nem sequer abre a janela para sentir a brisa do vento ou vai para rua tomar banho de chuva por puro e simples prazer.
Deve-se tomar cuidado com o que escolhe-se guardar na memória, pois é isto que diferencia a todos; aqueles momentos mais simplórios, como quando um cão traz uma bola para brincar - ele só quer atenção e carinho, quer sentir-se bem. Em todos os atos há algum tipo de amor, prazer ou beleza, e são nestas partes em que a nossa mente deveria parar e gravar tudo, cada fração.
Entrementes, resolvemos ser pessimistas e olhar tudo com desconfiança, temerosos por aquilo que talvez ocorrerá. E ao que isso leva? Angústia, escuridão e solidão; e esta estrada tem um fim, e não é com um arco-íris, mas sim com uma tempestade que poderia ter sido sentida ainda quando era uma simples chuva se tivesse-se saído para a rua.
Bons momentos, bons fluidos, bons pensamentos - não somos mais robôs. Agora pensamos, temos sentimentos e gostamos de ver a beleza da chuva, ver ela cair por entre as copas das árvores, e não ver uma nuvem chorando. Queremos ter emoções boas, guardar na memória sentimentos agradáveis. Não há como enxergar a existência com olhos pessimistas.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Festa dos Sentimentos


No meio do turbilhão de pensamentos e sentimento há sempre aquele momento que você gosta de recordar, talvez não seja o mais engraçado nem o mais dramático, mas é ele que é o seu chão, seu porto seguro. E você se agarra a aquele pensamento como se nada mais no mundo o pudesse mudar. Então vem a maré alta e arrasta esta sua memória para o oceano, na parte mais profunda, escura e ameaçadora de seu grande esplendor. O desespero bate à sua porta sem aviso, sem solução e sempre está por perto para te lembrar de que o problema está aí, e que não será fácil resolver. Mas será que tem solução? Depois de um tempo chega a esperança - aquela que tende a ir embora muito facilmente- você se agarra à ela com todas as suas força e não a larga, pois no momento é tudo o que você possui.
No meio desta estrada sem rumo e com várias interdições, você se encontra com a razão; você pensa, reflete e descobre que nem tudo está perdido, acaba deixando-a pegar a direção e sentando no banco do passageiro. Tudo ótimo, lindo e perfeito. Você tem a esperança e a razão ao seu lado, o desespero já saiu da estrada e percebe  o que tem que ser feito e à qual novo pensamento se prender.
Ah, então começa a enxergar a emoção se aproximando, e o desespero começa a voltar para se encontrar com você. Os neurônios nunca fizeram tantas sinapses erradas antes, sim, porque nada mais faz sentido. O céu está mais perto dos seus pés do que da sua cabeça, antes o que costumava ser direita virou esquerda e o mundo está de cabeça para baixo, mas é só o seu e neste novo lugar a razão já não existe mais.
As possibilidades são raras, e conforme você vai às achando, elas mostram que não passaram de um oásis no meio do deserto vasto e escaldante. A jornada é longa, cansativa e avassaladora, mas pelo menos uma coisa você aprendeu: a felicidade é quem fará o seu mundo ficar do jeito certo, do modo como você mais se sente confortável, onde poderá se aconchegar àquele estilo de vida, com um sorrio sempre estampado. Consegue descobrir, por fim, que o melhor caminho para levar você de volta à superfície é a sua alegria, pois é ela quem irá colocar a casa em ordem, aspirando os problemas e varrendo a ilusão.