quarta-feira, 14 de setembro de 2011

One day, a whole life

  Ela estava mal; triste, magoada, chateada, braba, mas não sabia o que fazer a respeito. Então ela fingiu. Acordou no dia seguinte como se não tivesse chorado a noite, como se não tivesse acordado com os olhos inchados. Quando via alguém na sua casa, sorria; não precisava esconder o rosto -estava camuflado por um quilo de maquiagem barata. Quando ficava sozinha, sorria também, não podia se dar ao luxo de alguém a pegar desprevenida e perguntar "por que?". Acabou enganado os outros, não era mais tão difícil, ela já estava acostumada. Mas, principalmente, também acabou se enganando, pois de tanto fingir que estava bem, ela acabou mesmo ficando bem, deixando a sua dor guardada no fundo do coração. E ninguém percebeu que naquele dia ela estava mal, como o esperado. 

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